DODE_GROUPSHOOT_2_0171

© DOLLY DEVI

Odisseia
indiana

No dia 30 de março de 2023, a Dior apresentou sua linha Outono 2023 no coração de Mumbai. Uma noite intensa, suspensa no tempo, acompanhada de uma série de exposições únicas que refletem os fortes laços que unem a Maison e a Índia. Um convite a um itinerário onírico.

CUTDOWN_LOOK1_16-9_V5-.00_00_15_17.Still014
 / 
00:00
CUTDOWN_LOOK1_16-9_V5-.00_00_15_17.Still014
 / 
00:00

Música composta e conduzida por Oliver Coates. Tablas & Percussões por Anuradha Pal. 
Com os músicos da Orquestra Sinfônica da Índia. Instrumentos indianos por Imran Khan, Chetan Joshi, Sangeet Mishra, Tushar Raturi. Com trechos de 'Speaking In Tongues I' e 'Om Namaha Shiva' por Sheila Chandra.

LOOK_99

© PRERNA NAINWAL

Mumbai já estava envolvida pela noite quando a primeira silhueta da coleção Dior Outono 2023, concebida por Maria Grazia Chiuri, apareceu no limiar do The Gateway of India*, um portal histórico, monumental aberto sobre o mar e o horizonte. Um total look preto dotado de uma graça eminentemente indiana entra em cena sob o arco de um toran (bandô indiano) de cerca de oito metros de altura, confeccionado pela Chanakya School of Craft. Um adorno que celebra uma tradição secular perpetuada pelas mulheres indianas, que pontuam tecidos cheios de simbolismos com bordados e patchworks para melhor acolher seus convidados em sua casa.

Mas esta obra prodigiosa não é apenas o cenário de um desfile, ela encarna metaforicamente um encontro plural, marcado pelo amor e pela inspiração, entre a Dior e a Índia. Usando diversas técnicas, as artesãs confeccionaram o bandô à mão, enaltecendo então os códigos dessa arte transmitida geração após geração. Um relato têxtil, imbuído de suas aspirações, que permite que essas mulheres expressem de forma sensível sua visão do mundo, utilizando vinte e cinco técnicas como o phulkari, o bordado com espelhos, o nó francês, e o kantha.

*Com o apoio da Diretoria de Turismo, Governo de Maharashtra e as Autoridades Indianas em Mumbai.

DSCF1693

© PRERNA NAINWAL

_MG_2372

© NIVEDITAA GUPTA

DSCF1721

© Prerna Nainwal

Os convidados, que contemplavam atentamente o cenário e modelos, refletiam a emoção cristalizada por esse momento precioso. Mais um marco na história da Maison, que desde sua fundação, está ligada a esse país tão plural. A energia coletiva, ardente e exuberante vinda de cada gesto - desde os bastidores à passarela -, de cada detalhe - dos quadros florais que cobriam o chão à potência da trilha sonora - homenageavam a beleza múltipla da cultura indiana, assim como as cores da coleção, vivas, plenas.

Como uma ode à elegância e à sobriedade, as túnicas, saias com nós e vestidos drapeados foram confeccionados em tecidos de seda seguindo práticas ancestrais originárias do sul da Índia, no Estado do Tamil Nadu. Com cortes modernos, uma a uma, as criações eram realçadas com flores ou quadriculados, em um arco-íris de tons acidulados.

Simbolizando a magia do artesanato com agulhas e a diversidade das artes locais, as calças em corte reto e as saias longas são adornadas com pérolas e lantejoulas. Uma verdadeira evocação de vários tipos de bordados com linhas metálicas, como o zardozi, e que afirmam o espírito ousado dos ateliês. Evidência de uma virtuosidade única, o bordado se torna um tecido em si, se metamorfoseando em um envolvente rendado iridescente sobre um traje composto de uma saia e um top sem mangas.
Este desfile foi portanto, a ocasião para Maria Grazia Chiuri celebrar sua amizade de trinta anos com Karishma Swali, Diretora Artística de Chanakya, e de estreitar seus laços inabaláveis com artesãos locais. Um conjunto de peças em patchwork, concebido graças a um procedimento de costura feito à mão, foi sublimado de desenhos geométricos que reinterpretavam elementos da paisagem indiana, evocando os motivos exuberantes, originalmente presentes na toile de Jouy. Um diálogo criativo sob o prisma da partilha e da transmissão.

Diversos eventos pontuaram essa viagem, escrevendo uma nova página desse recito fascinante. Uma série de exposições, enriquecidas de demonstrações, revelou ao longo das estações, a frutuosa colaboração entre Dior e Chanakya. Como por exemplo, uma experiência imersiva no bairro de Byculla, onde os visitantes puderam descobrir diversas técnicas indianas, além de peças históricas inestimáveis, escolhidas entre as dez mil criações de Chanakya, uma tradução da linguagem plural do artesanato. Assim como, uma seleção de modelos de exceção originários de dezesseis coleções Dior.
DiorSHOWSPACE_12

© NIVEDITAA GUPTA

No Estúdio Snowball, a retrospectiva Mul Mathī from the roots celebrou os artistas Madhvi e Manu Parekh, cujas pinturas foram reinterpretadas através do bordado. Entre inovação e legado, os artesãos souberam captar as minuciosas variações de tons e o movimento denso e intenso das pinceladas. Quadros híbridos infinitamente delicados que foram revelados pela primeira vez na Índia, ao lado de algumas das obras originais que serviram como inspiração. Fechando com chave de ouro, a encantadora exposição Cosmic Garden revelou as trocas infinitamente férteis e efervescentes entre o casal Madhvi e Manu Parekh e Karishma Swali, através da fascinante visão das curadoras italianas Maria Alicata e Paola Ugolini.

Uma odisseia fabulosa, transcendental, entre épocas e países que costuraram um itinerário onírico de Paris a Mumbai, entre os diversos lugares e laços criativos. Uma exploração regida pelo espírito da excelência poética.
dior-mumbaifall23©pierremouton-1021426

© Pierre Mouton

DODE_GROUPSHOOT_2_0171
LOOK_99
DSCF1693
_MG_2372
DSCF1721
DiorSHOWSPACE_12
dior-mumbaifall23©pierremouton-1021426